Por Ketlin Mikaela Medeiros Santos

Pesquisa apresentada no VII Seminário de Tecnologia em Saúde – SETES e 9ºEncontro do e-saúde.

A lesão medular (LM) é um estado neurológico e patológico que causa disfunções motoras, sensoriais e autonômicas. Dentre as alternativas terapêuticas o exercício físico é uma alternativa comprovada evidentemente para processo de reabilitação. 

Aliado ao exercício físico indivíduos que sofreram LM participantes de modalidade esportiva possuem resultados que favorecem recuperação funcional e reinserção social.  Contudo, no contexto da adesão à prática esportiva de alto rendimento, torna-se imperativo o processo de avaliação, o qual se concretiza através da utilização da classificação funcional (CF). A CF se apoia em critérios que consistem na aplicação de testes destinados a avaliar candidatos com vistas à sua aptidão na modalidade esportiva; no entanto, a literatura disponível é carente de estudos que investiguem a viabilidade e eficácia da incorporação de recursos tecnológicos neste procedimento avaliativo. Alternativas que visem complementar a avaliação durante processo da CF podem contribuir nas distribuições dos atletas em suas respectivas classes.

A avaliação da função muscular, mediante a utilização da mecanomiografia (MMG) e da dinamometria (DNM), apresenta o potencial de fornecer dados quantitativos relativos à capacidade funcional (CF) de atletas portadores de lesão medular (LM).

Descritores como raiz média quadrática (RMS) e mediana da frequência (MF) dos sinais de mecanomiografia (MMG) indicam atividade muscular com precisão, que aliados à avaliação funcional podem resultar em uma alternativa não invasiva e mensurável da avaliação funcional. 

O presente estudo tem como objetivos de curto e longo prazo, a curto prazo, a identificação e correlação do perfil de comportamento, estabelecendo relações entre o nível de lesão medular, tempo desde a ocorrência da lesão, categoria de competição e o período de prática esportiva. No âmbito de seus objetivos a longo prazo, almeja-se avaliar e monitorar o atleta no início de sua participação na modalidade esportiva, conduzindo posteriormente avaliações ao longo de um período de 5 anos, a fim de registrar de maneira minuciosa as alterações funcionais que venham a se manifestar tanto durante a prática esportiva como em suas atividades cotidianas.

Está sendo conduzida uma colaboração de fusão institucional, com o propósito de contribuir substancialmente para o avanço da pesquisa científica e o desenvolvimento da modalidade de rugby em cadeira de rodas. As entidades envolvidas nesse esforço colaborativo compreendem a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), especificamente por meio do seu Programa de Pós-Graduação em Tecnologia em Saúde (PPGTS), e a Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas (ABRC) no âmbito de sua divisão de Alto Rendimento.

No âmbito dessa pesquisa, até o presente momento, procedeu-se até à coleta de dados mecanomiográficos, devidamente combinados com a utilização de um dinamômetro, com o propósito de avaliar a força individual dos dedos de um grupo composto por 81 atletas envolvidos na prática da modalidade esportiva do Rugby em Cadeira de Rodas. Os dados assim obtidos se encontram, atualmente, em fase de processamento e análise, no intuito de extrair informações e conclusões que possam ser relevantes a partir dos sinais coletados.

Concluído o processo e obtidos os resultados, estes serão prontamente disponibilizados para todos os participantes e demais interessados. Em nome de toda a equipe de pesquisa e colaboradores, manifestamos nossa sincera gratidão aos atletas voluntários e técnicos que generosamente contribuíram e apoiaram ativamente nas diversas etapas das coletas de dados.