Rio 2016 – 72 medalhas (14 ouro – 29 prata – 29 bronze). Esse foi o resultado dos nossos atletas paralímpicos. Dias atrás fomos surpreendidos com possíveis cortes no esporte nacional. A rubrica “Concessão de Bolsa a Atletas” previa R$ 137,044 milhões no Orçamento. O Governo cortou R$ 11,25 milhões, diminuindo a verba disponível para R$ 125,794 milhões. Isso impacta numa redução de cerca de 13% na comparação com o orçamento do ano passado, de R$ 143 milhões.
Foi com muita preocupação que a Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas recebeu a informação através da imprensa. “Minha reflexão se prende ao fato de que acabamos de nos consagrar em um universo paralímpico sem igual. Batemos as vendas de ingressos, modificamos e transformamos a cidade e o país, construímos legados. No rugby, figuramos entre as oito melhores equipes do mundo. Retornamos do Paraguai com a medalha de bronze e em primeiro lugar na América do Sul. Pois bem, chegar a esses resultados foi muito duro e difícil, entretanto, manter essa posição terá que ser um esforço de muitas mãos, capacidade técnica, sensibilidade e recursos financeiros!”, enfatiza Luiz Claudio Pereira, presidente da ABRC.
Nos Jogos do Rio 2016, 358 dos 465 dos atletas brasileiros (77%) receberam apoios diretos do governo com a Bolsa Atleta. Para os esportistas, foram estabelecidas quatro tipo de bolsas: nacional (R$ 925 mensais), internacional (R$ 1.850), olímpica (R$ 3.100) e pódio (R$ 5 mil a R$ 15 mil). Cada bolsa é definida de acordo com os resultados dos atletas.
Priscila Campos, presidente da Comissão de Atletas do Rugby em Cadeira de Rodas comenta que tem acompanhado com preocupação os anúncios sobre os cortes no Ministério do Esporte. “Estou recebendo as notícias com muita indignação. Nossos atletas treinam muito, gastam com equipamentos, suplementos e outros materiais para buscar estar aptos para competir com equipes do mundo todo. Tudo isso pode estar comprometido. Estou conversando com os representantes e com a Comissão Nacional e as informações dos nossos colegas são muito preocupantes. Várias ações estão sendo elaboradas para tentar reverter o quadro. O governo atual não demonstra nenhuma sensibilidade com os atletas – olímpicos ou paralímpicos”, comenta Priscila Campos.
Luiz Claudio lembra ainda que “do que depender das nossas entidades desportivas, atletas e o povo brasileiro – com sua maravilhosa torcida, essa proposta do Governo não será concluída com êxito. Porém, se confirmar as notícias que se anunciam com os cortes, jogaremos todos os nossos esforços – treinamentos e conquistas – por água a baixo. Não terá válido a pena!”, finaliza.
Comentários