Equipe do Distrito Federal estreou nesta segunda-feira (21), diante do BSB Quad Rugby, em jogo que ficará marcado para sempre
O XV Campeonato Brasileiro de Rugby em Cadeira de Rodas teve início nesta segunda-feira (21), e sua partida inaugural ficará marcada para sempre. Foi às 08h30, que o CETEFE Lobos Feminino (DF) entrou em quadra para enfrentar o BSB Quad Rugby (DF), fazendo história no RCR, como a primeira equipe 100% feminina, que disputou uma partida de competição nacional.
Comandadas pela treinadora Beatriz Lucena, sete mulheres do Distrito Federal entraram em quadra no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo (SP), com a missão não de apenas disputar contra seus rivais, mas também de representar a força do rugby feminino e de inspirar mulheres a participarem da modalidade.
“A sementinha está plantada. O que precisamos nós fizemos aqui agora. Queremos mostrar para todos, mostrar para o mundo, que aqui no Brasil tem time feminino. Eu tenho certeza que em outros lugares, além de Brasília, tem muita mulher para jogar. Quem sabe no Brasileiro que vem a gente tenha mais uma ou duas equipes femininas?”, disse Valéria Schmidt, capitã da equipe CETEFE Lobos Feminino.
Dentro de quadra, a equipe enfrentou o nervosismo natural de uma estreia tão importante e significativa. Para a maioria das atletas, esta é a primeira vez em um torneio de porte nacional. Mas elas não se entregaram e disputaram firmes até o soar final da sirene.
“Tínhamos consciência que seria um pouco mais pesado, mas a gente veio com coragem, com garra, para demonstrar que é possível formar mais times femininos. Nossa intenção é dar essa visibilidade. E fiquei feliz que conseguimos executar o que treinamos de fato. Saída de bola, bons passes e bloqueios”, avaliou Valéria.
A técnica Beatriz Lucena se mostrou satisfeita com o desempenho apresentado por sua equipe e entende que há espaço para uma grande evolução da equipe para as futuras competições.
“Sete mulheres corajosas vieram jogar e deram tudo em quadra. Treinamos e nos esforçamos para estar aqui e fazermos um bom jogo. E estou muito feliz, porque sentimos que o dever está sendo cumprido. Mas ainda temos muito para mostrar. Estamos lutando por isso, treinando para isso e estudando para que possamos mostrar que mulheres podem jogar o rugby…. Que podem, não, que devem jogar rugby!”, ressaltou a treinadora.
Segundo o José Higino, Presidente da Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas (ABRC), com a inscrição da equipe 100% feminina, a participação de mulheres saltou de duas atletas em 2022 para 11 na edição 2023 do Campeonato Brasileiro. O que representa um marco importante para expansão da participação feminina na modalidade.
“O que deixa a gente mais feliz e realizado é que foi um movimento delas, que se juntaram e lutaram para melhorar e aumentar a participação feminina. Então, isso foi possível porque elas se movimentaram, procuraram a ABRC e os clubes filiados para que elas pudessem estar aqui. E por sermos um dos poucos esportes mistos, essa participação feminina é muito importante para valorizar este aspecto”, destacou Higino.
O Rugby em Cadeira de Rodas é patrocinado pelas Loterias Caixa e Keeggo
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